FENOMENOLOGIA E ARQUITETURA

FENOMENOLOGIA E ARQUITETURA
A fenomenologia trabalha com a relação do corpo e do espaço e a apreensão dos fenômenos. É um olhar que procura recuperar a ingenuidade de uma criança na forma em que ela se relaciona com o mundo sensorial, sem ter a imposição de preconceitos e significados prévios. Podemos dizer que é uma corrente de pensamento que fundamentou a obra de alguns arquitetos, como Peter Zumthor, Juhani Pallasmaa e Tadao Ando e que dá bases filosóficas para a compreensão dos problemas arquitetônicos, levando a enxergar essas questões de maneira diferente da mais corriqueira, que privilegia apenas e em demasia o sentido da visão, fazendo muitas vezes com que deixemos de desenvolver sensibilidade a todos os outros aspectos que definem o feito arquitetônico.
Para isso são usadas estratégias de projeto para que o visitante receba fortes, e ao mesmo tempo sutis impressões visuais (principalmente acústicas e táteis) tais como: manipulação da entrada de luz (natural ou artificial), exposição de materiais translúcidos, opacos, transparentes e o uso da tecnologia digital.
Edmund Hursserl foi um filósofo alemão responsável por importantes discussões em torno do tema da fenomenologia. O seu objetivo era discutir o tema filosófico da existência humana. Ele propunha voltar a enxergar as coisas como elas são se livrando dos preconceitos, para atingir um estágio mais elevado da consciência humana. Ou seja, se desvincular de todo o conhecimento. Uma redescoberta dos sentidos e significados.
A incorporação do pensamento filosófico da fenomenologia à teoria arquitetônica se iniciou a partir da reflexão sobre as casas operárias do século XIX e início do séc. XX, que estava produzindo casas em massa como resposta ao problema habitacional das grandes cidades. Porém, do ponto de vista da fenomenologia essas casas ofereciam abrigo, mas não moradia. Uma prova disso era que muitas pessoas não conseguiam se identificar com essas casas. Apesar dos prédios oferecerem condições de