Fenomenologia do significado e do Lugar
A fenomenologia de Heidegger, filósofo cujos trabalhos miram sobre o ser e também sobre A questão da técnica, trata da problemática em torno da tecnologia. O paradigma, que coloca o ser humano como mero espectador, como um passageiro da máquina e de suas interfaces, dava seus primeiros passos décadas antes dos simulacros de Baudrillard. Heidegger de certa forma “profetizava” a influência do meio e dos meios sobre o ser.
Para NORBERG-SCHULZ (2006, p.445), que faz um traçado entre fenomenologia e arquitetura, a primeira foi concebida como um “retorno às coisas” - entre o que conceitua como “não-lugar”, ponto comum entre o pensar niilista e o homem pós-moderno em suas fugas da realidade. Nesta ligação entre bunkers com a arquitetura, “o homem habita quando é capaz de concretizar o mundo em construções e coisas” (NORBERG-SCHULZ, 2006, p.458).
Quando há a mudança de lugar, de espaço, de ambientação, de certa forma há a “mudança de ser”. As primeiras reflexões nesta mescla de existencialismo e sensibilidade, flertando com a metafísica que definia a percepção cotidiana não como um mosaico de qualidades, mas de um conjunto de objetos distintos.
Heidegger definiu como “império da armação” o aparato tecnológico sobre o homem, que se torna vítima e é engolido pela sua criação e, numa alusão ao que neste ciclo se compõe de quatro instâncias, “a coisa, a armação, o perigo e a virada”. Na primeira, há a avaliação do tempo presente, do real; em seguida, vem a armação, que é a transformação que dá o tom plástico e artificial, por meio da tecnologia. É, portanto, o que dá sentido à tecnologia. O terceiro parâmetro são os perigos para o ser humano que “habita”, que é refém dessa situação; e por fim, “as chances de salvação do ser no tempo da metafísica consumada e do imperialismo tecnológico”.
Por meio da arte, o homem submerge momentaneamente nos