O expressionismo foi um movimento artístico e cultural de vanguarda surgido na Alemanha no início do século XX, transversal aos campos artísticos da arquitetura, artes plásticas, literatura, música, cinema, teatro, dança e fotografia. O movimento surge como uma reação ao positivismo associado aos movimentos impressionista e naturalista, propondo uma arte pessoal e intuitiva, onde predominasse a visão interior do artista, a "expressão" em oposição à mera observação da realidade a "impressão". O expressionismo compreende a deformação da realidade para expressar de forma subjetiva a natureza e o ser humano, dando primazia à expressão de sentimentos em relação à simples descrição objetiva da realidade. Através de uma paleta cromática vincada e agressiva e do recurso às temáticas da solidão e da miséria, o expressionismo é um reflexo da angústia e ansiedade que dominavam os círculos artísticos e intelectuais da Alemanha durante os anos anteriores à Primeira Guerra Mundial e que se prolongaria até ao fim do período entre guerras. Angústia que suscitou um desejo veemente de transformar a vida, de alargar as dimensões da imaginação e de renovar a linguagem artística. O expressionismo defendia a liberdade individual, o primado da subjetividade, o irracionalismo, o arrebatamento e os temas proibidos – o excitante, diabólico, sexual, fantástico ou perverso. A raiz do expressionismo encontra-se em estilos como o simbolismo e o pós-impressionismo, bem como nos Nabis e em artistas como Paul Cézanne, Paul Gauguin e Vincent Van Gogh. Os expressionistas receberam numerosas influências: em primeiro lugar a da arte medieval, especialmente a gótica alemã. De signo religioso e caráter transcendente, a arte medieval punha ênfase na expressão, não nas formas: as figuras tinham pouca corporeidade, perdendo interesse pela realidade, as proporções, a perspectiva. Por outro lado, acentuava a expressão, sobretudo na olhada: as personagens eram simbolizas mais que representadas. As suas