Luís Infante de Lacerda Sttau Monteiro nasceu a 3 de abril de 1926, em Lisboa, e morreu, também nesta cidade, a 23 de julho de 1993. Foi ficcionista, autor dramático, encenador e jornalista português, formado em Direito, de ascendência espanhola, viveu uma parte da adolescência em Inglaterra, onde o seu pai foi embaixador. Nos anos 70 do século XX, desenvolveu atividade como jornalista, tendo colaborado com o Diário de Notícias e com o Expresso . Iniciou a sua carreira literária com a narrativa Um Homem Não Chora, seguiu um romance de grande êxito, Angústia para o Jantar, onde se salientam a "ironia, o gosto pela sátira e a distanciação emocional”. Situado numa segunda geração neorrealista, foi sobretudo pela sua obra dramática que viria a ser consagrado, recebendo com Felizmente Há Luar!, em 1962, o Grande Prémio de Teatro da Associação Portuguesa de Escritores. Essa peça histórica, que recorda a rebelião do general Gomes Freire de Andrade, foi proibida pela censura tendo sido representada no nosso país apenas em 1978. As suas sátiras sobre a ditadura e a Guerra Colonial, fruto do seu espírito crítico e combativo, tornaram-no objeto de perseguição política, chegando mesmo a ser preso como quando publicou A Estátua e A Guerra Santa. Na linha do teatro de Bertolt Brecht, exprime a revolta contra o poder e a convicção de que é necessário mostrar o mundo e o homem em constante devir. Defende as capacidades do ser humano que tem o direito e o dever de transformar o mundo em que vive. Faz então uma analise critica da sociedade, procurando mostrar a realidade em vez de a representar. Existe um paralelismo entre a acçao do presente e os contextos edeológicos de país. A obra é entendida como uma alegoria politica, pois Luís de Sttau Monteiro evoca situações e personagens do passado, usando-as como pretexto para falar do presente, pois a obra funciona como mascara para que se possa tirar o exemplo de presente ditatorial. Felizmente há luar é uma obra intemporal que nos