Febem
Regina Célia Bega dos Santos Instituto de Geociências: Departamento de Geografia – Programa de pós-graduação - Unicamp. I - Introdução Este trabalho tem por tema os movimentos sociais urbanos. Em geral, os movimentos sociais colocam-se potencialmente contra uma determinada situação de vida e, a partir de ações concretas, procuram mudar o status quo. Esta situação de vida relaciona-se à forma como o espaço geográfico, como um sistema de objetos é apropriado pela sociedade, através do sistema de ações, seguindo abordagem proposta por Milton Santos. Por esta concepção, o espaço é entendido como meio, ou seja, como o lugar material da possibilidade dos eventos, onde se reúnem materialidade e ação humana. Ao mesmo tempo em que é no espaço geográfico que há a possibilidade de acontecer as ações, estas mesmas ações passam, concomitantemente, a fazer parte do espaço – materialidade e imaterialidade - e assim interferem na dinâmica sócioespacial que produzirá novas ações e novos objetos geográficos. Por isso, podemos dizer que o lugar é o encontro entre possibilidades latentes e oportunidades preexistentes ou criadas. Portanto, quando falamos de movimentos sociais estamos mencionando as ações empreendidas a partir da conscientização de que há possibilidades latentes que permitem a organização de um determinado coletivo ou de que é chegada a oportunidade para a organização ou para a ação. Essas oportunidades podem estar dadas pelo contexto social ou podem ser criadas a partir de determinadas intenções, de qualquer forma são sempre historicamente definidas. Entendemos, como Thompson, que um movimento social é deflagrado pela força social coletiva organizada. No Brasil, principalmente a partir no final das décadas de 1970 e na de 1980, houve um recrudescimento dos movimentos ligados às Comunidades Eclesiais de Base, da Igreja Católica e ao movimento sindical. Gradativamente outros movimentos, como o