situação da febem

Estado da Febem
Quase todas as semanas são noticiadas rebeliões de jovens da Fundação Estadual do Bem-Estar do Menor (Febem). Criada em 1973 em meio ao regime militar, sua história foi marcada por maus tratos, mortes, espancamentos. Essa realidade reflete no futuro das crianças e jovens que, ao invés de estarem na escola, aprendem com a vida o real significado da palavra marginalidade.
O modelo vigente hoje na instituição não consegue cumprir o seu papel. Por isso, está cada dia mais incontrolável a situação das unidades de São Paulo. Superlotação e práticas de tortura não eram realidades previstas quando a Fundação foi criada. Muito pelo contrário. Ela existe, segundo o estatuto da entidade criado em 1976, para “aplicar em todo Estado as diretrizes e as normas dispostas no Estatuto da Criança e do Adolescente, promovendo estudos e planejando soluções direcionadas a crianças e adolescentes de 12 a 18 anos, autores de ato infracional”.
Segundo a presidente da Associação do Menor Abandonado Recuperado (Amar), Conceição Paganele, a Febem é uma instituição que desafia os governantes por estar em um processo de mudança. “É preciso fazer a desconstrução dessas unidades que, por terem um grande número de jovens, ocasionam os problemas que vemos”, disse.
Hoje, quase 18 mil adolescentes são assistidos pela instituição. Dependendo do grau do ato infracional, eles são inseridos em programas sócio-educativos específicos, que pode ser privação de liberdade e liberdade assistida.
A saída do presidente Alexandre Moraes não agradou às mães que fazem parte do Amar. Conceição diz que o ex-presidente abriu espaço para a Associação contribuir em busca da solução dos problemas existentes. “Alexandre foi o único que teve coragem de mostrar a real situação da Febem. Os outros nos chamavam de desocupadas, falidas. Ele nos legitimou, nos escutou”.
De acordo com o presidente do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda), José Fernando da Silva, uma pesquisa