Familias escravas
David Cardoso do Nascimento;
Flávio Gomes Damasceno;
Márcia da Silva Bernardo.
RESUMO
O artigo tem por finalidade apresentar uma breve história de Angra dos Reis e da freguesia de Mambucaba. Serão abordados, também, os rituais de compadrio efetuados por escravos na freguesia, entre os anos de 1850 a 1871. As questões analisadas são: quais as condições jurídicas dos padrinhos? Os batizados eram filhos legítimos ou ilegítimos? Como eram as relações entre os senhores das crianças levadas à pia batismal e os proprietários de padrinhos e madrinhas cativos?
Palavras Chave: Batismo, escravidão e compadrio.
ABSTRACT
The article aims at presenting a brief history of Angra dos Reis and the parish of Mambucaba. In this work, will be treated, too, the rituals of patronage made by slaves in the parish, between the years 1850 until 1871. The issues investigated are: what are the legal conditions of the sponsors? The baptized children were legitimate or illegitimate? How were the relations between the lords of children taken to the font and the owners and sponsors slavers?
Keywords: Baptism, slavery and cronyism.
INTRODUÇÃO
Há algumas décadas as relações entre senhores e escravos vêm sofrendo revisões historiográficas. Acreditamos que tal desenvolvimento ocorra devido à visão do cativo como sujeito histórico, à localização de fontes paroquiais e metodologias para o trabalho dos documentos citados.
Por meio dos registros de batismo, de casamento e de óbito, observamos diversas faces do compadrio, no caso, na freguesia de Nossa Senhora do Rosário de Mambucaba, durante o século XIX, em Angra dos Reis. Verificamos a demografia de Mambucaba em comparação com a Vila de Angra dos Reis, assim como a história social, política e econômica da região.
BREVE HISTÓRICO DE ANGRA DOS REIS
Em 1502 os portugueses “encontraram” uma