Familia escrava em barbacena
Simpósio temático 4: Auditório Bicalho Escravidão: sociedades, culturas, economia e trabalho
Coordenadores: Prof.Dr. Douglas Cole Libby (UFMG) e Prof. Dr. Eduardo frança Paiva (UFMG) no dia 22/07/2008
A família escrava na Vila de Barbacena e seu termo no final do século XVIII e inicio do XIX(1790-1810) Carla Lediane Loschi da Silva[i]
Resumo
A partir da década de 1970 os estudos sobre a constituição de famílias escravas se avolumaram, colocando em xeque a visão tradicional de que os escravos não constituíam família estável. Sendo suas uniões “simples acasalamentos para a satisfação de necessidades exclusivamente sexuais” [ii].Neste sentido, a estabilidade da vida familiar do escravo praticamente inexistia. Sendo assim, o presente trabalho de pesquisa analisa a constituição de famílias escravas na Vila de Barbacena e seu termo (1790-1810), através da análise de inventário post-mortem verificando a estabilidade destas famílias. Visando assim, contribuir para uma melhor compreensão da escravidão no Brasil, recuperando o escravo como elemento ativo na configuração da própria lógica do funcionamento do sistema escravista.
Palavras-chaves: Escravidão, família escrava e estabilidade.
INTRODUÇAO
A vida familiar de populações escrava só se consolidou como objeto de estudo legítimo muito recentemente, a partir da década de 1980, havendo algumas pesquisas isoladas no decênio anterior. Nos estudos anteriores à década de 1970, pouca atenção foi dada para demografia ou a vida familiar dos cativos, que via de regra foram considerados promíscuos, sensuais, lascivos, desenraizados, patológicos, anômalos[iii]. Pouca ou nenhuma importância se dava para o estudo das relações familiares de cativos.