Familia
Mas o que é a família? Tomaremos aqui a palavra no sentido restrito de grupo conjugal compreendendo, na civilização ocidental, o homem, a mulher e os filhos, mais ou menos ligados ao conjunto de pessoas que vivem num mesmo alojamento. Na vida rural, e sobretudo em outras civilizações, este grupo conjugal é menos fácil de distinguir da «comunidade familiar» ou grupo extenso de parentesco, que desempenha aí um papel mais importante. Na vida urbana e na civilização industrial, o grupo conjugal diferencia-se, porém, cada vez mais
nitidamente. Parece desenhar-se uma evolução geral nesse sentido, mesmo, até certo ponto, em países onde vigorava a poligamia.
Este grupo conjugal, ligado ou não a uma «comunidade familiar» ou a uma «comunidade local», tem funções e uma estrutura que interessa definir para o conhecimento das suas necessidades.
Essas funções e estruturas variam conforme as culturas, as civilizações e os meios sociais. A literatura sociológica versando este assunto é já abundante, principalmente nos Estados Unidos. Veremos, no entanto, a necessidade de recorrer a outras formas de análise estrutural, quando lembrarmos diversos estudos europeus,
dos quais alguns são, hoje, muito frequentemente esquecidos. Particularmente, a ligação entre a evolução dos papeis sociais na família, as transformações económicas e técnicas e a influência das correntes ideológicas precisa de ser melhor esclarecida.
A família conjugal, tal como a vemos evoluir, encontra-se, pois, marcada por uma maior individualização das diferentes personagens, por um lugar mais importante dado à criança e ao