Familia com dificuldades
Fugindo da violência de ex-companheiros, diarista Maria do Socorro quer tentar uma vida melhor para as filhas e a neta
As diversas agressões e humilhações são as marcas mais profundas no passado da diarista Maria do Socorro Moraes, de 41 anos. Mãe de quatro filhas, ela revela que precisou fugir por duas vezes de antigos companheiros, que se sentiam no direito de agredir a ela e as meninas. Vivendo hoje apenas com as filhas em uma casa no Parque Montreal, ela destaca passar todos os tipos de dificuldades para cuidar das filhas, incluindo a constante falta de dinheiro para o aluguel.
Maria é maranhense e conta que chegou a Goiânia por meio de uma carona com um caminhoneiro com quem mais tarde se relacionaria. O homem que prometeu livrá-la das agressões do ex-marido, no entanto, passaria também a agredi-la e, mais que isso, teria até tentado violentar as filhas. Ameaça essa que ela, obviamente, não aceitou. “Assim, precisei sair só com as roupas do corpo da casa daquele que prometeu me dar uma vida feliz”, observou ela.
Já se passaram dois anos desse incidente e, mesmo assim, a diarista ainda não conseguiu se recompor. Vivendo de bicos, ela declara que mal consegue o dinheiro do aluguel fazendo faxinas esporádicas e vendendo bolos caseiros para a vizinhança. Nesse meio tempo, a família também ficou maior, graças a gravidez da filha mais velha, a jovem Francisca, de 16 anos, que deu à luz a pequena Franciele, hoje com 1 ano.
Aperto
Mesmo pagando 300 reais de aluguel, a família vive hoje em uma casa inacabada e sem direito sequer a um banheiro decente. De acordo com a diarista, a encanação do imóvel ainda foi finalizada e não têm nem mesmo o privilégio de tomar banho de um chuveiro. Ao invés disso, se molham com a água acomodada em um balde. “Até para dar descarga precisamos levar água para o banheiro”, complementa ela.
Como quase tudo aquilo que a diarista ganha hoje vai para o aluguel, as seis mulheres