faixa de areia
O documentário aborda com sensibilidade e amplitude, sob o ponto de vista subjetivo, social e ecológico, as diferentes figuras humanas que pertencem às praias do Rio de Janeiro e relacionam suas vidas com a mesma. A praia no filme, é vista como um espaço democrático, onde as principais idéias são a interação e a diversão dos seres humanos em seus determinados grupos, apesar de suas diferentes personalidades. Esta democracia pode ser observada em determinadas ações do filme, como em momentos onde comer, rir e conversar acontecem ao mesmo tempo, ou seja, quando a praia é vista como um lugar aonde as ações para se fazer o que se tem vontade são livres.
Entretanto, com o decorrer do filme, o local democrático torna-se um local aristocrata, e isto pode ser observado através da segregação espacial evidente entre diferentes grupos e classes na praia. Apesar do grande número de pessoas no mesmo ambiente, estas mesmas não se misturam, cada “tribo” ocupa um determinado espaço. Exemplo: homossexuais no posto 9, famílias no posto 12, adolescentes/jovens nos postos 10 e 11, suburbanos mais afastados. Ao serem abordados e questionados, muitos moradores da Zona Sul afirmam se incomodar com a presença de moradores do subúrbio na mesma praia que eles, alegam que seria desagradável dividir um local com pessoas sem educação e desrespeitosas. Para estes então, um local considerado agradável e tranquilo seria uma praia com frequentadores parecidos, com muitas famílias e crianças.
Além disso, o documentário demonstra de maneira clara o preconceito social brasileiro relacionado à renda. Ele não só mostra que aquele com mais poder de compra sente-se muitas vezes superior aos demais, mas também que aqueles com baixa renda olham ou de forma admiradora, ou com certo desgosto àqueles que os inferiorizam. Além disso, o filme apresenta diversos comportamentos que mudam conforme a classe social. Por exemplo: No “Piscinão de Ramos”, os