extração de café
O isolamento de compostos orgânicos a partir de fontes naturais é um tipo de experimento muito empregado em disciplinas experimentais de graduação em química orgânica. A extração de cafeína das folhas de chá mate (Ilex paraguariensis) é um exemplo bastante popular em livros texto de química orgânica experimental1 e artigos em revistas especializadas2-4. Esse experimento geralmente é empregado nas disciplinas iniciais de química orgânica, onde são apresentadas as principais técnicas de isolamento, purificação e caracterização de substâncias. O experimento alia a motivação do estudante, através da utilização de um produto de uso cotidiano, ao aprendizado de técnicas de extração com solventes e purificação de substâncias naturais, no caso a cafeína. Além disso, os reagentes empregados são de baixo custo e não tóxicos. Com o mesmo propósito, embora de forma menos abundante, a literatura cita a extração de cafeína a partir de outras fontes como, por exemplo, o café (Coffea arabica)5 e o chá preto (Camellia sinensis)6. A erva mate (Ilex paraguariensis) e o guaraná (Paullinia cupana)7 também contêm cafeína, contudo, no melhor do nosso conhecimento, a utilização destes materiais com este propósito ainda não foi descrita na literatura.
Neste trabalho, descreve-se a extração de cafeína a partir de bebidas estimulantes utilizando-se dois métodos: um, para amostras solúveis em água, que pode ser aplicado em disciplinas de quatro horas de duração e outro, para amostras insolúveis em água, que requer dois períodos não consecutivos em disciplinas de quatro horas de duração.
A CAFEÍNA
A cafeína é um alcalóide (Figura 1), um composto contendo nitrogênio, que apresenta propriedades básicas. Ela pertence a uma classe de compostos de ocorrência natural chamada xantina. Possivelmente, as xantinas são os estimulantes mais antigos conhecidos sendo que, neste contexto, a cafeína é um dos mais potentes8.
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Figura 1. Fórmula