Experiências extra-conjugais
SCHEINKMAN, Michele. Para além do trauma da traição: reconsiderando a infidelidade na terapia de casais. Disponível em: http://michelescheinkman.com/papers.php. Acesso em: 09 fev.2009.
A autora questiona sobre as relações extraconjugais, tendo como ponto de partida as forças emocionais que levam indivíduos a terem casos. Scheinkman se baseia nos argumentos de dois pensadores americanos na construção de seu artigo: Laura Kipnis e Stephen Mitchell. Segundo Scheinkman, esses autores “desconstroem a idéia prevalecente sobre a instituição casamento e assim lançam luz sobre a primazia do desejo e do amor romântico em nossas vidas”. Para ela, eles reconhecem as contradições inerentes às nossas experiências amorosas, convidando-nos a explorar as dimensões irracionais do amor, nos fazendo olhar a complexidade e a ambigüidade existente.
A proposta de Scheinkman é levantar casos de infidelidade dentro de um contexto mais amplo e multicultural, fugindo um pouco da proposta dos terapeutas familiares que normalmente se apegam ao impacto e ao trauma da traição. Contudo, isto não quer dizer que esses traumas não sejam importantes, mas o enfoque deve ser também a dialética entre as construções sociais sobre casamento e infidelidade, o valor relativo dado à monogamia por diferentes indivíduos e grupos e, por fim, dilemas humanos relacionados com dificuldades em conciliar a afeição e o desejo em relação a mesma pessoa.
Considerando que o amor e as imprevisibilidades do desejo são alimentados por um numero infinito de forças emocionais, torna-se necessário compreender o significado desses sentimentos ocultos, em vez de imputar idéias morais e juízo de valores. Para a autora, quando ficamos presos ao impacto da infidelidade, nos afastamos deste entendimento mais completo sobre os motivos, as forças contextuais e as idéias culturais que, antes de tudo, podem levar os indivíduos a terem um caso.
Segundo Scheinkman, nos últimos