Relação de apropriação dos usuários com o lugar: o caso da Rodoviária de Brasília
INTRODUÇÃO
O presente trabalho pretende discorrer sobre a relação de apropriação que os usuários de um espaço podem estabelecer com ele. A abordagem visa analisar os elementos que podem contribuir para que esta relação ocorra e consequências que ela traz para o comportamento das pessoas e para o próprio espaço. O objeto de estudo será a Rodoviária do Plano Piloto, Brasília.
Trata-se de um tema de amplo interesse para o arquiteto. Um edifício, uma praça, uma rua que conseguem gerar nas pessoas que por ali transitam um vínculo afetivo é uma obra arquitetônica que cumpriu um importante objetivo. Seja porque o lugar se transforma em um palco adequado de vivências relevantes, seja porque aspectos físicos e estéticos ali presentes criam uma sensação de bem-estar ou ainda porque as diversas funções abrigadas ali podem ser realizadas com excelência.
Isso porque o espaço, que é o objeto de trabalho do arquiteto, é habitado, vivenciado e experimentado pelo homem. Deve manter-se firme sobre ele, protegê-lo, proporcionar-lhe conforto, satisfação, enfim, cumprir a função para a qual foi projetado da melhor maneira possível. Além disso, destaca-se o fato de que a Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da
Universidade de Brasília insere-se na área de humanidades, e ao fazê-lo, mostra uma tendência a valorizar o usuário e a vida do lugar tanto ou mais do que a técnica.
Por meio do estudo e da observação, percebe-se que a vivência de determinados lugares pode revelar coisas simples que na prancheta muitas vezes não se percebem ou prevêem.
As intervenções em espaços públicos deveriam buscar conhecer o grupo social, os seus problemas, a sua história e os seus valores culturais comuns com o intuito de realçar lugares ou mesmo de criá-los de maneira mais adequada. O desenho urbano pode colaborar no que diz respeito aos atributos físicos do espaço, criando lugares convidativos para as pessoas, e assim estabelecer uma intermediação entre elas e o
espaço