Exegese
A partir de At 16.11-15, a comunidade dos filipenses é a primeira fundada em território europeu. A cidade ocupou uma localização geográfica privilegiada. Situada à beira da estrada geral do comércio entre a Europa e o Oriente, participava do movimento comercial e político, do intercâmbio cultural e da confrontação das religiões existentes entre a Grécia, Macedônia, Itália e diversos países orientais. Seu nome vem do Rei Filipe da Macedônia, pai de Alexandre, o Grande. A cidade, fundada por volta de 350 a.C., foi logo elevada a capital da Macedônia. Na época em que Paulo escreveu a Epistola aos Filipenses, a cidade já não mais era a capital. A população de Filipos era, em parte, de origem oriental. Havia também um pequeno gueto judeu. Bom número de seus habitantes eram veteranos de guerra do exército romano. O Imperador Augusto, denominando-a Colônia Augusta Julia Philipensis, fundou em um de seus arrabaldes uma colônia militar romana, dotando-a dos privilégios do direito romano. Em sua época Filipos foi considerada a pequena Roma Oriental.
Lídia, a vendedora de púrpura, uma moça de espírito adivinho (provavelmente uma prosélita judia), o carcereiro que se convertera são membros da comunidade e nos dão uma ideia da diversidade existente em seu meio. (At 16.11-35)
Textos como At 20.6; Fp 2.19,24,25 dão a entender que Paulo e outros pregadores do Evangelho visitaram a cidade por mais de uma vez.
É de aceitação pacifica que Paulo escreveu esta carta como prisioneiro. A controvérsia começa com a determinação da cidade em que Paulo se encontrava preso ao escrever a carta. Nesse sentido enumeram-se Éfeso e Cesaréia (At 23.23-25), por exemplo, fixando-se; porém, a maioria em Roma (Fp 1.13). Determina-se, como época em que foi escrita, o período entre 55 e 58, quando, sob o governo do Imperador Nero (54-68), se lançou a perseguição e, assim, um verdadeiro martírio sobre a comunidade. O martírio da perseguição e a prisão unem comunidade e