Exclusão
O processo de exclusão e inclusão tem sido pensado a partir de uma dinâmica que se molda, ao longo da história, dentro de parâmetros psicológicos, sociológicos, filosóficos, políticos, ideológicos e econômicos. É a partir do pensamento sociológico europeu e norte-americano que o debate ganha novos contornos, pois tal processo já não é mais uma exclusividade dos ditos países subdesenvolvidos. É consenso que o conceito de exclusão passou a ter um caráter generalizante e vazio de significado, pois a sua ampla utilização pelos mais diversos ramos do conhecimento transformou-o num conceito ambíguo. Grande parte das analises tem sufocado apenas uma de suas características em detrimentos dos demais. As analises econômicas abordam a exclusão como sinônimo de pobreza e as centrados no social fundamentam-se no conceito de discriminação, minimizando o fundamental, que é a injustiça social. Procurando superar esse tipo de análise, alguns autores propõem que partindo dessa ambigüidade analítica e que é de certa forma inerente ao conceito de exclusão é possível superar tais vícios que orientam as analises da desigualdade social. Bader Sawaia argumenta que analisar a ambigüidade constitutiva da exclusão é capitar o enigma da coesão social sob a lógica da exclusão na versão social subjetiva, física e mental. Para tanto se faz pertinente à discussão com as diferentes disciplinas, que podem fornecer categorias analíticas capazes de romper fronteiras acadêmicas e criar condições de superar a polissemia complexa e movediça do conceito de exclusão. Nesse sentido, aponta que é necessário compreender que a exclusão social é o processo sócio-histórico, um complexo que não é em si, subjetivo nem objetivo, individual nem coletivo, racional nem emocional, mas processo complexo e multifacetado. A exclusão social é uma configuração de dimensões materiais, políticas, relacionais e subjetivas.
REFERÊNCIAS
NICOLAU,