Eutanásia

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A eutanásia é uma opção a ter em conta quando o doente quer acabar com o sofrimento de que é vítima, sem que haja tratamento reversível ou quando a doença é extremamente prolongada e dolorosa, sem boas perspectivas futuras. Apresentando desde já o meu ponto de vista, causar diretamente uma morte sem dor de modo a acabar com o sofrimento de vítimas de doenças incuráveis ou desgastantes, é, sem dúvida, uma opção, senão a única, a ter em conta. Noutras palavras, é matar sob a alegação de um sentimento de compaixão. A eutanásia, como o aborto legal, é um método em que matar ou morrer representa uma solução.
Contudo, permitir que uma pessoa morra quando o curso da doença é irreversível e a morte é obviamente iminente por questão de horas ou dias, não é eutanásia. Se o doente estiver lúcido e em condições de se expressar, essa escolha cabe-lhe apenas a ele. Os pacientes têm a liberdade de recusar tratamentos médicos que não lhes trarão cura nem alívio para o sofrimento. Mas quando o doente não está em condições de falar por si mesmo, a família tem o direito de recusar tratamentos caros que não terão nenhum benefício para impedir o andamento da doença.
Também não se tratando de eutanásia, quando os tratamentos não trazem nenhum avanço e só ajudam a adiar a morte inevitável, os médicos podem parar os tratamentos para permitir que o doente tenha uma morte natural. Nenhuma dessas ações é eutanásia. Os médicos têm, no entanto, a responsabilidade de dar conforto ao paciente e permitir que este tenha uma morte pacífica.
Muito freqüentemente, quando pensam em eutanásia, muitas pessoas pensam em fuga do sofrimento.
Eu acredito que esse seja um caminho para evitar a dor e o sofrimento de pessoas em fase terminal ou sem qualidade de vida, um caminho consciente, que reflete uma escolha informada e deliberada, que traduz o fim de uma vida em que quem morre não perde o poder de ser digno até ao fim. São raciocínios que participam na defesa da autonomia absoluta de cada ser

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