Estética
Unidade 3 - Arte como forma de pensamento
1) Arte é conhecimento intuitivo do mundo
A arte apareceu no mundo humano como forma de organização e como modo de transformar a experiência vivida em objeto de conhecimento através do sentimento.
A arte é um caso privilegiado de entendimento intuitivo do mundo, tanto para o artista que cria obras concretas e singulares quanto para o apreciador que se entrega a elas para penetrar-lhes o sentido.
Todo artista percebe pelo poder seletivo e interpretativo dos seus sentidos, formas que não podem ser nomeadas e ou reduzidas a um discurso verbal explicativo, pois elas precisam ser sentidas e não explicadas. A partir dessa intuição, o artista não cria mais cópias da natureza mas, sim, símbolos dessa mesma natureza e da vida humana.
Esses símbolos são obras de arte, objetos sensíveis, concretos, individuais, que representam analogicamente, ou seja, por semelhança de forma a experiência vital intuída pelo artista.
Exemplo: A tela de Mondrian intitulada New York não reproduz figurativamente, iconicamente, a cidade, mas representa analogicamente a vivência do artista em relação a ela. Essa apreensão do concreto, do imediato, do vivido, é transportada para uma outra obra que também é um objeto concreto para o espectador.
Quando apreciamos uma obra de arte, fazemo-lo através dos nossos cinco sentidos.
A partir dessa percepção sensível podemos intuir a vivência que o artista expressou em sua obra, uma visão nova, uma interpretação nova da natureza e da vida. O artista atribui significados ao mundo por meio da sua obra. O espectador lê esses significados nela depositados. Essa interpretação só é possível em termos de intuição e forma sensível.
Na obra de arte o importante não é o tema em si, mas o tratamento que se dá ao tema, que o transforma em símbolo de valores de uma determinada época.
Luz, cor, volume, peso e espaço enquanto dados sensíveis são usados para alargar o horizonte de nossa experiência sensível.
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