Estética na Arquitetura

ESTÉTICA NA ARQUITETURA

O entendimento de conceitos estéticos presentes no processo projetual ajuda o arquiteto a elaborar e compreender melhor a arquitetura e a cultura de nossa época, de uma maneira geral. Entender conceitos estéticos como o belo, ou o gosto, por exemplo, são diferenciais na formação de um arquiteto urbanista, na medida em que ele comece a compreender que não existe mágica ou dom de fazer uma arquitetura que seja bela, ou agrade a todos os gostos. A discussão do gosto, contrariando o ditado segundo o qual “gosto não se discute”, é decisiva nos processos de escolha e de decisão projetual que afetam objetos artísticos e arquitetônicos.
Quando o objeto estético torna-se um edifício, certas considerações específicas devem ser observadas. Ao tecermos considerações sobre o belo em arquitetura, esbarramos sempre no paradigma FORMA X FUNÇÃO, a relação beleza e funcionalidade. O objeto estético tem que ser mais do que algo de mera apreciação. Isso não é o traço característico da arquitetura, o objeto artístico-arquitetônico é algo que tem uma carga utilitária irreversível. Nele nós vivemos, dormimos, circulamos, trabalhamos, fazemos compras, divertimo-nos e até morremos. É das artes aquela que carrega o forte peso, discussão e polêmica história da função.
Nenhuma arquitetura bem sucedida pode ser formulada num sistema generalizado de estética. A beleza é uma coisa consequente, um produto da resolução correta dos problemas.
Outro importante traço distintivo da arquitetura é seu caráter público. Se quisermos ver um quadro ou escultura, vamos a um museu ou a uma galeria de arte. Se quisermos ouvir uma música, vamos a um concerto, compramos um disco. Além disso, podemos sempre escolher se é do nosso interesse ou não ver determinada obra, já a arquitetura impõe-se nas ruas, é a mais pública das artes, e suprime de cada membro do público, a livre escolha de saber se deve observá-la ou ignorá-la.
O equívoco funcionalista reside na negligência à questão