A Arquitetura E A Estética Das Cidades
A arquitetura e a estética das cidades
Rino Levi
É digno de nota o movimento que se manifesta hoje nas artes e principalmente na arquitetura. Tudo faz crer que uma era nova está para surgir, se já não está encaminhada.
A arquitetura, como arte mãe, é a que mais de ressente dos influxos modernos devido aos novos materiais à disposição do artista, aos grandes progressos conseguidos nestes últimos anos na técnica da construção e sobretudo ao novo espírito que reina em contraposição ao neoclassicismo, frio e insípido. Portanto, praticidade e economia, arquitetura de volumes, linhas simples, poucos elementos decorativos, mas sinceros e bem em destaque, nada de mascarar a estrutura do edifício para conseguir efeitos que no mais das vezes são desproporcionados ao fim, e que constituem sempre uma coisa falsa e artificial.
Sente-se ainda a influência do classicismo que, aliás, hoje, se estuda melhor procurando sentir e interpretar o seu espírito evitando-se a imitação, já bastante desfrutada, dos seus elementos.
As velhas formas e os velhos sistemas já fizeram sua época. É mister que o artista crie alguma coisa de novo e que consiga maior fusão entre o que é estrutura e o que é decoração; para conseguir isto o artista deve ser também técnico; uma só mente inventiva e não mais o trabalho combinado do artista que projeta e do técnico que executa.
Não há arte onde não há o artista, mas o jovem, nos anos em que se forma e adquire uma personalidade, deve ser posto em contato com necessidades modernas para que se eduque no espírito do seu tempo e possa constituir uma alma sensível e correspondente ao gosto dos seus contemporâneos.
Toda obra de arte deve ser ambientada, isto é, deve ser vista sob uma determinada luz, sob um determinado visual e deve estar em harmonia com os objetos que a contornam. Um monumento concebido para uma pequena praça e com uma orientação prefixada perde muito de seu efeito se não é colocado no ponto no qual