Estética da recepção: uma teoria para o leitor crítico
Alice Paula Bastos Chagas
(FAFIRE)
RESUMO: Este trabalho mostrará que a teoria em sala de aula é importante para que o estudante não apenas encontre na literatura um “modo de se informar”, mas também compreenda o texto literário criticamente, diferenciando-o do texto pragmático. Falaremos acerca da relação texto-leitor e de diversos pressupostos da Estética da Recepção.
PALAVRAS-CHAVE: Leitura. Estética da Recepção. Texto.
Introdução
O que é ler? Vários estudiosos, dentre eles, Wolfgang Iser, vêm estudando acerca do ato da leitura e trazendo importantes contribuições para que se possa compreender o que envolve esse processo. Também há que se considerar os diversos fatores que influenciam uma leitura, ou seja, como a bagagem cultural e literária do leitor pode modificar a recepção de um texto. A leitura como fonte de sentido para o homem, como pregava Paul Ricoeur, é um dos valiosos focos de estudo que podemos eleger. A primeira leitura que o homem realiza na vida é a sensorial, como cita Maria Helena Martins em seu livro “O que é leitura”; é essa leitura que nos acompanha durante todo o nosso percurso de leituras na vida. Ela é acompanhada, posteriormente, do segundo nível de leitura, a emocional, que também existe em toda leitura que fazemos, mesmo inconscientemente, e, por fim, temos a mais valorizada diante da cultura dos homens, a racional, através da qual é acrescentada às outras a consciência crítica diante de uma obra, quando se dá a atividade interpretativa, isto é, a procura de sentidos da obra. Estudaremos, neste trabalho, a existência desses diversos níveis de leitura, assim como a relação que, com o passar do tempo, mantemos com eles nas leituras que realizamos. Consequentemente, não poderíamos deixar de considerar uma das teorias literárias – a Estética da Recepção – cujo objeto de estudo é o leitor, assim como a recepção do texto, tendo em vista que este já traz