Estudos De Sistemas Agroindustriais
O conceito de sistema agroindustrial (SAG) tem em sua essência a noção de conjunto, a visão do todo, de que as indústrias de insumos, produção agropecuária, indústrias de alimentos e o sistema de distribuição apresentam relações de dependência entre eles. Tal conceito traduz o que já se havia notado na prática: a análise compartimentada de cada agente não era possível, já que são impossíveis, na realidade, agentes que não sofram e exerçam, de alguma forma, influência sobre outros agentes integrantes de determinado SAG. Aliado a isso, o processo de globalização auxiliou ainda mais a consolidação dessa ideia e também trouxe consigo a 48 dimensão que o agronegócio tomou no mundo. A partir dessa nova ótica do agronegócio surgiram dois enfoques de análise dos SAGs: o primeiro, americano, enfatizando a coordenação com o Sistema de Commodities (CSA), envolvendo os conceitos de agribusiness, agribusiness commodity approach; e o segundo enfoque, francês, enfatizando as relações tecnológicas, com o conceito francês de Cadeia (Filière) Agroalimentar. Embora se trate de duas vertentes, elas não se opõem, mas se complementam, no sentido do melhor entendimento a respeito das relações nos SAGs.
Diante disso, compreende-se que, segundo Farina (1997), um SAG específico seja formado por firmas com diferentes níveis de coordenação vertical. Deste modo, entre estas são realizadas transações que podem se dar via mercado ou via contratos. Numa proposição realista, segundo a autora, os SAGs seriam formados por conjuntos de transações, governadas por diferentes graus de integração, nas quais existiriam uma mescla de elementos de relacionamento impessoal e de confiança. Outro ponto a se destacar é que podem existir diferentes formas de