Estudos contraditórios
Embora nos últimos anos tenham sido feitos diversos estudos para estimar os possíveis efeitos da Copa na economia, seus resultados divergem.
De um lado, estão as pesquisas mais otimistas, citadas pelo governo.
Em 2010, um levantamento encomendado pelo Ministério dos Esportes à consultoria Consórcio Copa 2014 estimou que os "impactos econômicos potenciais" do torneio chegariam a R$ 183,2 bilhões até 2019 - sendo R$ 47,5 bilhões de "efeitos diretos" (como investimentos em infraestrutura e serviços ou gastos de turistas) e R$ 135,7 bilhões de efeitos indiretos (que incluem, por exemplo, os ganhos dos fornecedores das construtoras responsáveis pelos estádios).
No mesmo ano, outro estudo, feito pela Ernst & Young em parceria com a FGV estimou um impacto econômico semelhante: R$ 142 bilhões movimentados até 2014 e a geração de impressionantes 3,6 milhões postos de trabalho.
"A Copa vai produzir um efeito cascata surpreendente nos investimentos no País", dizia o estudo. "A economia deslanchará como uma bola de neve, sendo capaz de quintuplicar o total de aportes aplicados diretamente na concretização do evento e impactar diversos setores."
Ceticismo
Do outro lado, porém, outros estudos sustentam que essas previsões são superestimadas.
Entre eles, está um trabalho de 2012 do professor de economia da Unicamp Marcelo Proni, para quem os cenários iniciais não consideraram o desaquecimento econômico dos últimos anos - que teria inibido investimentos em áreas como hotelaria.
Outro levantamento, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), também tem cifras bem mais modestas. "Pela nossa estimativa, o total de empregos gerados pelo torneio seria de apenas 158 mil", exemplifica Edson Paulo Domingues, um de seus autores.
Maennig, da Universidade de Hamburgo - que vem estudando há anos os efeitos econômicos da