Estudo de caso: um banco sem fins lucrativos

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O conceito de microcrédito surgiu em Bangladesh no final dos anos 1970, inventado pelo economista Muhammad Yunus, professor da Universidade de Chittagong, Yunus liderou nessa época um projeto para estudar a viavilidade de um sistema de crédito destinado às pessoas pobres demais para terem acesso ao sistema bancário oficial. Em 1983, Yunus criou o Grameen Bank (Banco Rural, no idioma de Bangladesh), com o objetivo principal de emprestar pequenos montantes, a juros baixos, a pessoas muito pobres. Modo de operação criado por Yunus envolve a formação de grupos de cinco tomadores de empréstimos. Inicialmente, apenas dois deles recebem crédito. Somente quando estes dois começam a pagar a dívida os outros três podem tomar empréstimos. Dessa forma, a responsabilidade coletiva torna-se a garantia do pagamento do empréstimo.
A ideia passou a ser copiada em todo o mundo. Bill Clinton, ex-presidente dos Estados Unidos, fundou um quando era governador do Arkansas. Clinton advogou por diversas vezes a concessão do Prêmio Nobel para Yunus. Em 2006, Yunus e o Grameen Bank receberam o Prêmio em conjunto.
Em fevereiro de 2007, o Grameen Bank tinha sete milhões de tomadores de empréstimos, 97% dos quais eram mulheres. Tinha nesse ano 2.381 agências, oferecendo serviços em 76.000 localidades, cerca de 90% do total de Bangladesh. Seus empréstimos até essa data chegavam a seis bilhões de dólares, com taxa de inadimplência de menos de 1,5%.
No Brasil, a ideia transformou-se no Banco do Povo.
O Banco do Povo de Santo André, cidade da Grande São Paulo, foi criado em 1998, autorizado pelo banco Central como associação civil sem fins lucrativos. Seu capital inicial era de R$ 500 mil, sendo R$ 400 mil da Prefeitura e o restante de sócios mantedores (Associação Comercial e Industrial de Santo André) e sindicatos Metalúrgicos, de Bancários e das Transportadoras de Cargas. Em oito anos de existência do banco do Povo de Santo André, mais de 5.100 pessoas tiveram acesso a créditos em valor

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