Estudo comparativo sobre cantigas de amigo e de amor
O Trovadorismo é a primeira época da literatura portuguesa que vai de 1189/1198 a 1434, quando o trovador Pairo Soares de Taveirós, dedica uma cantiga à Maria Pais Ribeiro, denominada “Cantiga de Garvaia” ou “A Ribeirinha”, escrita em galáico-português. Este e outros poemas do gênero por serem escritos para serem cantados chamaram-se de cantigas.
Há dois tipos de cantiga, que se subdividem em quatro espécies: cantiga lírico-amorosa, expressa em Cantiga de Amor e Cantiga de Amigo e cantiga satírica, expressa em Cantiga de Escárnio e Maldizer. Na cantiga de amor o eu -lírico é sempre masculino, sendo sempre retratado um amor impossível, pois a mulher a quem se dirige o trovador é inacessível ( casada ou de outra condição social ).O espírito da época imprime-se à arte: o trovador comporta-se com a sua dama assim como o vassalo comporta-se com o seu senhor,de forma fiel e honrada. No plano estrutural, isto é, na forma de composição, é comum o refrão que repete a idéia básica da cantiga em cada estrofe (cobra), mas, às vezes, com ligeira variação de linguagem. A declaração amorosa decorre de algumas características como a contenção na expressão dos sentimentos, o sigilo quanto ao nome da mulher e a consideração da mulher acima de tudo e todos:
CANTIGA
dísticas A dona que eu am’e tenho por senhor(QUE “SIRVO” = EU LÍRICO MASCULINO)
amostrade-me-a Deus, se vos em prazer for, (Refrão ) se non dade-me-a morte.
A que tenh’eu por lume destes olhos meus e por que choram sempre amostrade-me-a Deus, paralelismo se non dade-me-a morte.
Essa que Vós fizestes melhor parecer de quantas sei, ai Deus, fazede-me-a veer, se non dade-me-a morte.
Ai Deus, que me-a fizestes mais ca mim amar, mostrade-me-a u possa com ela falar, se non