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Grafeno - À prova de quase tudo
Em 2004, os físicos Andre Geim e Kostya Novoselov, da Universidade de Manchester, conseguiram isolar um material notável: uma rede de átomos de carbono organizados como numa tela de arame hexagonal. Só que plana. Sim, com um único átomo de espessura, o recém-descoberto grafeno é um material "2D". E suas características são tão incríveis que, se houvesse uma casa de apostas sobre o material mais importante do nosso futuro, na liderança estaria ele. Por isso mesmo a dupla recebeu o Nobel de Física em 2010. O grafeno é o material mais resistente já testado pela ciência. "Seria necessário que um elefante se equilibrasse sobre um lápis para rasgar uma folha com a espessura de um filme de PVC", afirma James Hone, da Universidade Columbia. Ele é também o melhor condutor elétrico em temperatura ambiente já visto. Só perde para os supercondutores cerâmicos, que precisam de temperaturas extremamente baixas. Juntando sua condutibilidade à finura extrema, virou a promessa de sucessor do silício nos microchips, que estão perto de seu limite de miniaturização [leia na página 42]. Para que eles continuem a ficar cada vez mais possantes, será necessário em breve entrar na escala molecular. Só que isso é impossível com o silício: os elétrons simplesmente vazariam, e o chip derreteria. Não é o que aconteceria com o grafeno. Com ele, chegaríamos ao menor chip possível. Mas esse material também tem suas limitações. E o problema não é apenas como produzi-lo em grande escala. Ele simplesmente é um condutor bom demais. Não se sabe como interromper seu fluxo de elétrons. E sem essa interrupção não existe o "0" do sistema binário, baseado em sinais "1" (sim) e "0" (não). É por isso que, diante de tantas possibilidades, paira um temor: que seja o eterno material do futuro. "Lembro da primeira SUPER. Eu trabalhava com supercondutores e ficamos entusiasmados com a matéria de capa. De lá pra cá, eles permitiram