A revolta dos marinheiros
Prof.: William Alencar Data: 30/05/2014 Nº: 07
A revolta dos marinheiros
Nos anos anteriores a 1964, junto ao Ascenso operário e popular, ocorriam fraturas na base das Forças Armadas. Este processo teve um desenvolvimento marcante entre os marinheiros antes do golpe e ficou conhecido pela “Rebelião dos Marinheiros”. Este processo e a rebelião trazem à tona, enquanto tendências, questões estratégicas à classe operária internacionalmente.
A “Rebelião dos Marinheiros” foi um levante dirigido pela Associação dos Marinheiros e Fuzileiros Navais do Brasil (AMFNB) que ocupou o Sindicato dos Metalúrgicos da Guanabara de 25 a 27 de março. O levante criou divisões e rupturas nas Forças Armadas. Isto é desconhecido pela classe operária. Também são desconhecidos os elementos embrionários de auto-organização e duplo poder na Marinha, a vontade das praças em forjar uma aliança com a classe operária e sua tentativa de resistir ao golpe.
Esta história e suas lições foram criminosamente apagadas. O Partido Comunista Brasileiro, que dirigia a maioria dos sindicatos e o Comando Geral dos Trabalhadores (CGT), cumpriu um papel criminoso como direção da classe operária, e ainda hoje intelectuais e importantes dirigentes e quadros do PT e outros partidos, forjados nesta experiência, distorcem e escondem o que ocorria entre os marinheiros para justificar sua estratégia de conciliação de classes. Nós revolucionários precisamos arrebatar o conhecimento de nossa história das mãos destes senhores para fundamentar para a classe operária a necessidade e lições históricas para uma estratégia revolucionária.
A luta de classes e a AMFNB
A AMFNB surgiu em 1962 no bojo do ascenso operário e popular. Ela organizava baixas patentes (da 1ª à 4ª de 16) e conseguiu o apoio das massas dos marinheiros. Dois fatores fundamentais, entrelaçados, marcaram-na: o ascenso operário e as condições de vida e trabalho dos marinheiros.