Estudante de Artes e Design
A escultura no campo ampliado
Rosalind Krauss
Originalmente publicado no número 8 de October, na primavera de 1979 (3144), o texto, cujo título original é Sculpture in the Expanded Field, também apareceu em The AntiAesthetic: Essays on PostModern Culture, Washington:
Bay Press, 1984. Por ser artigo de referência, mas de difícil acesso aos novos pesquisadores no Brasil, reeditamos aqui a tradução publicada no número 1 de
Gávea, revista do Curso de Especialização em História da Arte e Arquitetura no Brasil, da PUC-Rio, em 1984 (87-93).
Escultura, paisagem, arquitetura, pós-modernismo.
O único sinal que indica a presença da obra é uma suave colina, uma inchação na terra em direção ao centro do terreno. Mais de perto pode-se ver a superfície grande e quadrada do buraco e a extremidade da escada que se usa para penetrar nele. A obra propriamente dita fica portanto abaixo do nível do solo: espécie de pátio, de túnel, fronteira entre interior e exterior, estrutura delicada de estacas e vigas. Perimeters/Pavillions/
Decoys de Mary Miss (1978) é certamente uma escultura, ou mais precisamente, um trabalho telúrico.
Mary Miss,
Perimeters/Pavillions/
Decoys, 1977-78 vista externa (acima), vista interna (em baixo)
Nos últimos 10 anos coisas realmente surpreendentes têm recebido a denominação de escultura: corredores estreitos com monitores de TV ao fundo; grandes fotografias documentando caminhadas campestres; espelhos dispostos em ângulos inusitados em quartos comuns; linhas provisórias traçadas no deserto. Parece que nenhuma dessas tentativas, bastante heterogêneas, poderia reivindicar o direito de explicar a categoria escultura. Isto é, a não ser que o conceito dessa categoria possa se tornar infinitamente maleável.
Fonte das imagens: October, n. 8:
31-44. Cambridge: MIT Press,
1979
O processo crítico que acompanhou a arte americana de pós-guerra colaborou para
com esse tipo de manipulação. Categorias como escultura e