Estrutura de Governança em arranjos produtivos locais
ESTRUTURAS DE GOVERNANÇA EM ARRANJOS PRODUTIVOS LOCAIS:
UM ESTUDO COMPARATIVO
MÁRIO SACOMANO NETO ( msacomano@unimep.br , pmsn@terra.com.br )
UNIVERSIDADE METODISTA DE PIRACICABA (UNIMEP)
LUIZ FERNANDO ORIANI PAULILLO ( dlfp@power.ufscar.br )
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS (UFSCAR)
Resumo
Governança nos arranjos produtivos refere-se ao modo de coordenação, comando, intervenção e participação dos atores do arranjo. O presente artigo compara as estruturas de governança em três arranjos produtivos locais (APLs): Birigui (calçados infantis), Jaú (calçados femininos) e Piracicaba (APL do álcool). A coleta de dados, em instituições e 31 empresas dos arranjos, foi realizada por entrevistas in loco. Buscou-se identificar influências distintas na coordenação dos arranjos, como o poder público, sindicatos e grandes empresas dos setores. Os resultados da pesquisa revelam que a governança teve interferência positiva na cooperação e desenvolvimento das empresas.
Palavras-Chave: Arranjos Produtivos Locais; Clusters; Governança; Cooperação; Ganhos
Coletivos; Territórios.
1) INTRODUÇÃO
As primeiras idéias sobre aglomeração de empresas foram publicadas por Alfred
Marshall, no livro Principles of Economics, primeiramente publicado em 1920. Um dos temas centrais dos estudos de Marshall refere-se a localização das indústrias, em geral associada a circunstâncias geográficas, condições físicas, clima, solo e mercado consumidor
(MARSHALL, 1988).
Marshall lança um corolário nos estudos de aglomerações relativo às possibilidades de obter ganhos coletivos de atividades geograficamente concentradas. Essas reflexões iniciais de Marshall despertaram discussões sobre a importância da concentração espacial para o desenvolvimento econômico de empresas, regiões e geração de vantagens competitivas que não seriam verificadas se as empresas estivessem atuando de forma isolada.
A partir desses primeiros estudos, as formas de aglomerações de empresas passaram