Condicionantes territoriais e estratégias colaborativas em arranjos produtivos locais
O conceito de Arranjo Produtivo Local (APL) se apoia na idéia de que a competitividade compreende fatores externos às empresas e relativos ao território em que atuam, tais como: a evolução histórica, a organização institucional, o contexto social e cultural, a estrutura produtiva, as formas de inserção nos mercados nacional e internacional, as estruturas de governança, a logística, as formas de aprendizado e de disseminação do conhecimento local, etc. (MENDONÇA, 2010). Tais fatores são traduzidos como condicionantes territoriais marshallianas, schumpeterianas, transacionais e institucionais, que atuam de forma positiva, negativa e restritiva nos territórios (LEMOS et. al, 2005).
A análise do comportamento de arranjos produtivos locais, com base em seus condicionantes e as considerações sobre os aspetos urbanos e de entorno, permite reflexões voltada para a elaboração de estratégias colaborativas capazes de alavancar a competitividade dos APLs, proporcionando ganhos comuns aos seus diferentes participantes. A presença ou ausência de condicionantes não garante o sucesso ou o fracasso, pois, ao listar estratégias que intensifiquem os benefícios de condicionantes positivos e reduzam os efeitos dos negativos e restritivos, acabam indicando pontos que devem ser trabalhados em prol do APL.
Nesse contexto surge a pergunta que direcionou o estudo: Quais as estratégias colaborativas que podem ser estruturadas a partir da análise dos condicionantes territoriais positivos, negativos e restritivos, relacionado com a formação, desenvolvimento e estruturação de um APL?
Para responder a essa questão, adotar-se-á, nesta pesquisa os pressupostos da epistemologia construcionista (GERGEN & THATCHENKERY, 1996), em que as estratégias são consideradas construções sociais permeadas pelas forças tanto da estrutura quanto da ação
(BERNARDES & SÁ, 2009). Dessa forma, acredita-se em uma hibridização entre os dois continnums dicotômicos identificados em