Administração
José E. Cassiolato
Marina Szapiro
Capítulo 2 do livro “Pequena empresa: cooperação e desenvolvimento local”, organizado por
Helena M.M. Lastres, José E. Cassiolato e Maria Lúcia Maciel, Relume Dumará Editora, julho de 2003.
1 - Introdução
Este texto apresenta uma tipologia de arranjos produtivos locais de micro e pequenas empresas (MPEs) específica para a realidade brasileira, construída a partir da análise empírica de 26 arranjos e sistemas produtivos locais no Brasil, realizada a partir de 1998 pela
“Rede de Pesquisa em Sistemas Produtivos e Inovativos Locais”. Este capítulo apresenta uma abordagem desenvolvida no âmbito da Rede Pesquisa.
O texto está organizado da seguinte forma. Na seção 2 são investigadas algumas tipologias de aglomerações geográficas de firmas e instituições, buscando ressaltar seus pontos de contato e limitações. Na seção 3 propõe-se uma caracterização específica para arranjos produtivos locais brasileiros, utilizando como dimensões principais o grau de territorialização, forma de governança e mercado de destino da produção do arranjo.
Finalmente, a seção 4 apresenta as conclusões principais do trabalho.
2 – Tipologias de aglomerados e sistemas produtivos
De uma maneira geral, pode-se dizer que, hoje em dia, é amplamente aceito que as fontes locais da competitividade são importantes, tanto para o crescimento das firmas quanto para o aumento da sua capacidade inovativa. A idéia de aglomerações torna-se explicitamente associada ao conceito de competitividade, principalmente a partir do início dos anos 1990, o que parcialmente explica seu forte apelo para os formuladores de políticas. Dessa maneira, distritos industriais, clusters, arranjos produtivos tornam-se tanto unidade de análise como objeto de ação de políticas industriais. Muitas organizações (centros de pesquisas, organismos governamentais e consultorias) realizam estudos sobre aglomerações em que a