Estratégia empresarial
A microempresária Maria de Nazaré Nascimento é uma dessas mulheres. Em São Luís, capital do Maranhão, não há religioso que não conheça os paramentos que ela produz. E ela sonha até em fazer roupa para o Papa. “É verdade. É um sonho, e eu vou realizar", confirma rindo. E se essa baixinha promete, ela cumpre. Até chegar a seu atelier, num casarão histórico do centro da cidade, foi uma longa caminhada. E ela chegou. "Eu tenho que contar essa história muitas e muitas vezes, para encorajar essas mulheres que às vezes acham que não tem mais jeito, que tem que se entregar e não é bem assim, tem que acreditar, correr, trabalhar, coragem, pensar nos filhos”, incentiva. Tudo começou numa pequena cidade do interior do Maranhão, onde Nazaré vivia sob o domínio de um marido muito violento. Foram tempos de dor e de medo, para ela e para os quatro filhos menores. Pra sair dessa situação, Nazaré precisava ter um trabalho. Para isso, ela foi estudar corte e costura, escondida do marido. "Não tinha liberdade, ele não deixava. Até mesmo ir para a missa, tinha que ser escondido, era aquela coisa. E eu vivendo aquela vida de desespero, de sofrimento, muitas vezes faltava comida, não pela pobreza, mas pela ruindade dele mesmo”, diz Nazaré. Recém-formada, ela fez as primeiras vestes litúrgicas seguindo as orientações de um padre amigo. Mas o negócio não dava certo no interior. Ela tinha que encarar a mudança para a capital. "Falei assim: ‘mãe, seja o que Deus quiser’. E ela falou: ‘vai, tu vai conseguir. Se você não conseguir, você volta, mas vai conseguir e nem vai querer voltar’", conta a microempresária. E ela foi, mesmo precisando deixar pra trás as filhas pequenas. Na bagagem, levou quase nada: só mesmo as máquinas usadas. Para quem começou só com duas máquinas velhas, sua oficina dá bem a medida do sucesso de Nazaré. Hoje são 14 funcionárias e a equipe deve crescer ainda mais. Trabalho é o que não falta. Só para a