estrategicas e planejamentos
O cenário
Pierre e outros planejadores da Royal Dutch/Shell tentavam descobrir acontecimentos que pudessem afetar os preços do petróleo, que tinham estado mais ou menos estáveis desde a Segunda Guerra Mundial.
O petróleo era, de fato, considerado uma commodity estratégica e os países consumidores faziam o possível para manter o preço baixo, visto que a prosperidade de suas economias dependia do petróleo. Porém, havia vários acontecimentos significativos no ar. Primeiramente, os Estados Unidos estavam começando a exaurir suas reservas de petróleo. Enquanto isso, a demanda norte-americana pelo produto crescia sem parar e a emergente Organização dos Países Exportadores de Petróleo – OPEP – estava dando sinais da força de sua musculatura política. A maior parte desses países era islâmica e estava bastante ressentida com o apoio do Ocidente a Israel após a guerra dos seis dias entre árabes e israelenses, ocorrida em 1967.
Observando minuciosamente a situação, Pierre e sua equipe chegaram à conclusão de que os árabes poderiam exigir preços mais altos para o petróleo. Havia todas as razões para que o fizessem. A única incerteza era saber quando isso ocorreria, porém, parecia possível acontecer antes de 1975, quando os acordos antigos de preços do petróleo seriam renegociados. Eles elaboraram dois conjuntos de cenários – cada um era um conjunto completo de versões sobre o futuro, com tabelas de preços projetados. Uma versão apresentava o critério convencional da Royal Dutch/Shell: de alguma maneira, os preços ficariam estáveis, mas, para que isso pudesse acontecer, seria preciso um milagre – novos campos petrolíferos, por exemplo, poderiam aparecer em países não-árabes. O segundo cenário previa o futuro mais plausível: uma crise no preço do petróleo deflagrada pela OPEP. Os diretores da Shell ouviram com atenção a apresentação dos dois cenários formulados por Pierre. Eles entenderam as implicações: concluíram que deveriam promover uma