Estrategia
Sem a menor pretensão de contestar ou complementar o artigo What is strategy?, do professor Michael Porter, é interessante entender o contexto do que entendemos como estratégia em suas diversas dimensões – mentalidade, pensamento, visão, gestão, planejamento, administração, desenvolvimento e até controle. Antes da visão conceitual, e tentando colocar um sentido pragmático em nosso tema, é importante registrar que, toda vez que uma empresa obtém resultados bem-sucedidos em tempo razoável – 20 anos é um bom número mínimo –, podemos afirmar que suas escolhas estratégicas foram acertadas e que seus principais indicadores atingiram os objetivos estabelecidos.
Para sair do lugar-comum e pensar no extremo do heterodoxo, o Grupo Votorantim, que além de longevo permanece há bastante tempo no rol das empresas bem-sucedidas, tem demonstrado enorme seriedade e profissionalismo à passagem da segunda para a terceira geração. Para seus líderes, essa orientação estratégica é prioritária. A ação conseqüente levou os componentes dessa terceira geração a saírem pelo mundo e a usarem como modelo inúmeras empresas americanas, japonesas e européias que conseguiram êxito nesse processo.
Outros exemplos devem ser registrados. O triunfo estratégico da Natura tem forte componente na sua cultura empresarial, construída e disseminada sobre poderosos pilares de crenças e valores; o Magazine Luiza, empresa de enorme sucesso no interior de São Paulo, afirma que seus resultados têm forte relação com sua política de empresa-cidadã e responsabilidade social; as Lojas Renner, empresa gaúcha do varejo, é outro caso de destaque. Recentemente adquirida pelo gigante americano JC Penney, também destaca a influência prioritária dos valores em seus resultados para atrair os clientes e valorizar seus funcionários.
Uma empresa não é estrategicamente bem-sucedida só porque redefiniu bem seu portfólio e seu negócio, estabeleceu seu foco, fez uma bela declaração de missão.