estorias para quem gosta de ensinar
COMO SURGIU
A Silabação (alfabetização pelo Método Silábico) adquiriu status de modelo de alfabetização a partir de Thomaz Paulo do Bom Sucesso Galhardo, com a publicação da Cartilha da Infância no começo da década de 1880. Em 1890, foi modificada e ampliada pelo professor Romão Puiggari, discípulo de Galhardo; foi adotada oficialmente pelo governo paulista e pelo de outros estados do país e teve sucessivas edições até, pelo menos, meados da década de 1990. O método concretizado nessa cartilha é da silabação. Trata-se de método sintético, de acordo com o qual se inicia o ensino da leitura com a apresentação das famílias silábicas. Nela, ele critica o método da soletração e fala que o método da palavração (analítico) é muito avançado para a realidade brasileira. A partir daí ele defende a silabação como uma proposta mais racional e efetiva para as crianças do Brasil.
É verdade que o embate entre os métodos analíticos e sintéticos passará por várias fases entre 1880 e o começo do século XXI. Contudo, o método silábico se manterá como o mais influente modelo de alfabetização presente nas escolas brasileiras, seja em sua forma tradicional (a partir das sílabas), seja como método misto (mesclado com ‘palavração’ ou ‘sentenciação’).
A explicação dos entendidos é simples. Se você pedir a uma criança que divida uma palavra, por exemplo "boneca", ela dirá "bo" - "ne" - "ca". Se você pedir o mesmo a um adulto que ainda não sabe ler, ele fará o mesmo. Pela lógica, eles dizem, a divisão "silábica" mostra que o caminho 'silábico' é o mais natural. Não dá para dizer que isso não faz sentido.
Na prática das escolas. Se na soletração, a dinâmica era “b” com “a”, “ba”, “b” com “e”, “bé” (etc.), na silabação, a dinâmica será “ba, be, bi, bo, bu; da, de, di, do, du” (etc.).
No caminho silábico trabalham-se primeiro as consoantes que apresentam menores dificuldades fonético-ortográficas.
No entanto, o ensino