Estereótipo, preconceito e cognição social
Atualmente, existem diversas definições de estereótipos, no entanto, estas comungam de alguns aspectos centrais, como crenças ou comportamentos relacionados a certas pessoas ou grupos de pessoas. Segundo Lippmann (apud. Cabecinhas, 2004) os estereótipos são como imagens mentais que se formam, gerando uma distorção entre o indivíduo e a realidade. Segundo ele, os estereótipos são criados a partir do sistema de valores do indivíduo, tendo como função o arranjo e estruturação da realidade.
De acordo com o psicólogo Marcos Emanoel Pereira (apud Leite, 2007, p.4), os estereótipos podem ser caracterizados “como artefatos humanos socialmente construídos, transmitidos de geração em geração, não apenas através de contatos diretos entre os diversos agentes sociais, mas também criados e reforçados pelos meios de comunicação, que são capazes de alterar as impressões sobre os grupos em vários sentidos”. Krüger define estereótipo como crença acerca de algum atributo, característica ou traço psicológico, moral ou físico atribuído a pessoas ou extensivos a um agrupamento humano, que se forma através da aplicação de um ou mais critérios (Krüger, 2004).
Por último, Michener, Delamater e Myers (apud. Gomide et al, 2003, p.173) apontam que “os estereótipos têm a função de facilitar a evocação de memórias de forma mais eficaz, processar informações mais rapidamente, guiar inferências sobre pessoas ou objetos e reduzir a duplicidade na avaliação de elementos ambíguos. Em uma situação ambígua, tendemos a fazer atribuições consistentes com nossas crenças e preconceitos, e estas podem justificar e intensificar o preconceito.”
Apesar das diferentes definições, há um consenso entre os psicólogos contemporâneos de que os estereótipos são a base cognitiva do preconceito. Segundo Krüger, a transição entre estereótipos e preconceitos ocorre quando aqueles são associados a sentimentos e passam a constituir bases psicológicas de maior