Estados de Moçambique
No rico planalto do Niassa, fixaram-se os bantu ajaua (ou yao e também pronunciado jauá), agricultores e caçadores, mas também comerciantes que, no século XVIII, já islamizados, muito contribuíram para o tráfico de escravos. No século XIX, esta população expandiu-se para oeste (incluindo o Malawi) e organizou estados poderosos no planalto, entre os quais, o Mataca, o Mutarica, o Mukanjila e o Jalassi. Estes estados só foram dominados pelos portugueses através da Companhia do Niassa.
O Império de Gaza
Gungunhana, o último imperador de Gaza.
O Estado de Gaza foi fundado por Sochangane (também conhecido por Manicusse, 1821-1858) como resultado do Mfecane, um grande conflito despoletado entre os Zulu por consequência do assassinato de Chaca (ou Shaka) em 1828, que culminou com a invasão de grandes áreas da África Austral por exércitos Nguni. O Império de Gaza, no seu apogeu, abrangia toda a área costeira entre os rios Zambeze e Maputo e tinha a sua capital em Manjacaze, na actual província moçambicana de Gaza.
O rei de Gaza dominou os reis Tonga (possivelmente o mesmo que Tsonga, da língua chiTsonga, a língua actualmente dominante na região sul de Moçambique) através dos membros da sua linhagem, os Nguni, comerciando marfim, que recebia como tributo, com os portugueses, estabelecidos na costa (principalmente emLourenço Marques e Inhambane).
Aparentemente, Sochangane não fazia comércio de escravos - os seus guerreiros eram principalmente da sua linhagem -, nem devolvia aos portugueses os escravos que fugiam para a sua guarda.
Com a sua morte, sucedeu-lhe o seu filho Mawewe que decidiu, em 1859, atacar os seus irmãos para ganhar mais poder. Apenas um irmão, Mzila (ou Muzila) conseguiu fugir para o Transvaal, onde organizou um exército para atacar o seu irmão. A guerra durou até 1864 e, entretanto, a capital do reino mudou-se do vale do rio Limpopo para Mossurize, a norte do rio Save, na actual província moçambicana de Manica.
Foi em