Esportes
- O futebol para além das quatro linhas
É muito importante saber que há um jogo que se passa no campo, jogado pelos jogadores como atividade profissional e esportiva. Há um outro jogo que se passa na vida real, jogado pela população brasileira, na sua constante busca de mudança para seu destino. E um terceiro jogo jogado no “outro mundo”, onde entidades são chamadas para influenciar no evento e, assim fazendo, promover transformações nas diferentes posições sociais envolvidas no evento esportivo.
O futebol não pode ser o ópio do povo, com a mídia distraindo seu público, para que prestem atenção no espetáculo do esporte e esqueçam os problemas sociais do país e a instabilidade política. É necessário pensar o futebol como algo ainda mais complexo e poderoso do que um instrumento de ideologia das massas e do mercado. Deve ser uma possibilidade de desenvolver formas solidárias e cooperativas de organização da sociedade. Neste sentido, o futebol seria um esporte, uma prática corporal capaz de fazer refletir sobre diferentes maneiras de organização política e social. O futebol, tanto como prática de lazer quanto prática esportiva de alto rendimento, tem sofrido um processo de mercadorização em nossa sociedade. A venda dos direitos de imagem dos jogadores ou o uso e venda das marcas de patrocinadores, bem como a venda dos direitos de transmissões de jogos pela TV e, até mesmo, a venda de jogadores em altas transações formam um complexo e rendoso mercado. O jogador é um trabalhador como outro qualquer e, como tal, vende sua força de trabalho em troca de salário. O clube, como um ótimo capitalista, vê nesta mercadoria a oportunidade de obter lucro com a possível venda para outra equipe. O jogador, tratado como mercadoria por seu clube, vê, nesta transferência, a oportunidade de “mudar sua vida”, ganhar um ótimo salário e visibilidade mundial, fato que nem sempre é garantido.
- A relação entre a