Resenha Clara dos Anjos
Lima Barreto nasceu em 1881, no Rio de Janeiro. Após a morte do pai, o escritor empregou-se como escrivão na Secretaria da Guerra para ajudar no sustento dos irmãos. Estreou como escritor com a obra “Recordações do escrivão Isaías Caminha”, em 1909. Dois anos depois, “Triste fim de Policarpo Quaresma” foi publicado em forma de folhetim no Jornal do Commercio. Escreveu também o romance “Clara dos Anjos” e o relato ”Cemitério dos vivos”. O escritor morreu em 1922, de colapso cardíaco, aos 41 anos.
A obra “Clara dos Anjos” trata-se de uma jovem, negra e ingênua do subúrbio carioca, entrega-se de corpo e alma a Cassi, por quem é cruelmente abandonada. Nesta crônica do cotidiano da população pobre do Rio de Janeiro do inicio do século XX, o autor denuncia as incontáveis formas de preconceito, opressão e marginalização racial.
Para escrever a obra, Lima Barreto optou por uma narrativa linear, bem objetiva, na 3ª pessoa. Ambientou a história em um tempo cronológico, focando um espaço urbano, típico do interior. Citando também, algumas das grandes cidades brasileiras, como o Rio de Janeiro e Minas Gerais.
Nessa narrativa, o autor não utiliza digressões, dividindo-a em 11 capítulos.
Descreve com grandeza os detalhes da época e da sociedade, nas quais, além de muito conservadora, eram injustas, onde possuíam muita desigualdade social, econômica e preconceito racial. Mostra também, os aspectos ambientais que se passam no decorrer da obra.
Relata a vida de seus personagens, cujos eram pessoas pobres, simples, ingênuas, de bom coração, e que moravam no subúrbio (“... mas, assim mesmo, o subúrbio continua invadindo, com suas azinhagas e trilhos, charnecas e morrotes...” pág. 89), fato que fazia com que os mesmos sofressem muitas humilhações (“... apesar disso, na sua simplicidade de nascimento, origem e condição...” pág. 13).
O autor consegue tudo isso graças à linguagem simples, emotiva e com expressões orais, que passa aos leitores. Além de tornar