Resenha "clara dos anjos"
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UMA REALIDADE BRASILEIRA CLARA DOS ANJOS Clara dos Anjos foi a ultima obra feita pelo escritor carioca Afonso Henriques de Lima Barreto (1881-1922), publicado depois de sua morte em folhetim entre 1923 e 1924 e em livro em 1948, traz sua crítica do povo de sua época, mostrando discriminações raciais, sociais e econômicas e tendo relatos vividos por ele mesmo ou por situações conhecidas. Até por razões pessoais, e por viver exatamente nesse período, sempre o retratando de forma crítica e até ressentida, Lima Berreto seria o escritor que mais sentiria (na pele) o preconceito e o retrataria suas experiências na nossa literatura brasileira. Sua história mesmo tendo quase um século que foi terminada, ainda conta uma historia que muita gente passa nos dias de hoje, sendo assim uma história em que estamos acostumados a ver pelo o Brasil e mundo afora. O romance passa-se no subúrbio carioca onde Lima Barreto descreve o ambiente suburbano com riqueza de detalhes, como os vários tipos de casas, casinhas, casebres, barracões, choças e a vida das pessoas que ali vivem. Clara é uma mulata pobre, que vive no subúrbio carioca com seus pais, Joaquim e Engrácia, mulher sedentária e caseira. Joaquim era carteiro, gostava de violão e de modinhas. Ele mesmo tocava flauta, e também compunha valsas, tangos e acompanhamentos de modinhas. Além da música, a outra diversão do pai de Clara era passar as tardes de domingo jogando solo com seus dois amigos: o compadre Marramaque e o português Eduardo Lafões, um guarda de obras públicas. Poeta modesto, semiparalisado, Marramaque frequenta uma pequena roda de boêmios e literatos e dizia ter conhecido Paula Nei e ser amigo de Luís Murat. Clara era a segunda filha do casal, a única filha sobrevivente. Tinha dezessete anos, era ingênua e fora criada com muito cuidado, cautela e carinho, e a não ser com a mãe ou pai, só saía com Dona Margarida, uma viúva muito séria, que morava nas vizinhanças e