Espinosa e o conceito de substancia

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Espinosa define por substância aquilo “que existe em si e por si é concebido, isto é, aquilo cujo conceito não carece do conceito de outra coisa do qual deva ser formado”. A substância é, pois o que Espinosa chama de causa sui, pois se explica por si mesma e não por referência a alguma causa externa. A definição implica, pois, que a substância seja completamente dependente de si mesma, quer para a sua existência quer para os seus atributos e modificações. Dizer tal coisa é afirmar que a sua essência compreende a sua existência. Por causa de si entendo aquilo cuja essência envolve a existência; ou por outras palavras, aquilo cuja natureza não pode ser concebida senão como existente.

Segundo Espinosa, a ideia que temos de substância implica compreender a noção de que a existência pertence à essência de substância. Por conseguinte, se alguém disser que tem uma ideia clara e distinta, isto é, verdadeira, da substância e, no entanto duvida da existência de tal substância, por certo que isso equivaleria a dizer que tinha uma ideia verdadeira, mas duvidava se ela não seria porventura falsa. Assim, o Filósofo toma por absurdo que aquele que implica a ideia de substância como verdadeira, não implique também a sua existência, o que se verifica apenas ao nível da substância, que é por si e por si se concebe.

Pela própria definição de substância admite-se que não há nenhum efeito que se possa repercutir sobre ela que tenha causa externa, ou seja, a substância explica-se a si própria e como tal terá que ser infinita, pois a finitude e a limitação implicam que sobre a substância se realize alguma ação causal, ou seja, esta estaria submetida a alguma causa externa, o que vai contra o seu próprio conceito. Ora, uma substância infinita tem que possuir infinitos atributos, pois quanto mais realidade ou ser uma coisa tem, tanto mais atributos lhe são próprios. A essa substância infinita com infinitos atributos, Espinosa chama: Deus. Daqui prossegue, afirmando, que esta

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