Espinosa
Bento Espinosa nasceu em Amsterdam, em 1632. Sua família, de judeus, foi perseguida e obrigada a emigrar, primeiramente da Espanha para Portugal, onde converteram-se ao cristianismo, e posteriormente de Portugal para os Países Baixos, que por razões econômicas deram abertura aos judeus perseguidos.
O pai de Espinosa tornou-se um comerciante bem sucedido e passou a preparar o filho para substituí-lo. Porém, Espinosa acaba desenvolvendo um grande interesse pelos estudos religiosos, e seu pai começa a perceber que o filho poderia tornar-se um rabino e seguir a vida religiosa.
Aprofundando seus estudos sobre a bíblia, Espinosa acaba adquirindo uma postura cada vez mais crítica e suas opiniões acabam incomodando a comunidade judaica a qual estava inserido. Entre suas polêmicas afirmações, Espinosa nega a imortalidade da alma e diz que a leitura da bíblia deve ser feita de forma crítica, já que foi escrita por pessoas sem conhecimento científico e filosófico, além de afirmar que a bíblia um era esplendor de poder e submissão.
É com esta posição questionadora que Espinosa começa a pensar Deus. Pare ele, existe uma única substância, que fornece tudo no universo. Essa substância possui inúmeros atributos e absolutamente tudo é constituído por ela. Não há nada além dela. Ela explica a si mesma e sua essência pressupõe sua própria existência. Esta é, portanto, uma substância que produz, não que cria. Não é uma substância externa e transcendental. Ela é omnipresente e está em tudo.
Espinosa diz, então, que esta substância da qual tudo é constituído, é Deus, ou a natureza (Deus sive natura) e é única. Esta afirmação rompe completamente com a