Especialização virou necessidade
Anilda do Socorro Marques, aluna do 4º semestre do Curso de Ciências Contábeis
No passado recente, em que o cotidiano do contabilista praticamente limitava-se a cálculos e a registro de transações, poucos se aventuravam em cursos de especialização. Como o mercado não exigia tal formação, somente àqueles com vocação acadêmica ou teórica continuavam os estudos após receber o diploma universitário. Por isso, a oferta de pós-graduação ainda é limitada e se concentra em instituições de ensino privadas.
Agravando essa pouca oferta de cursos de pós-graduação, a maioria das universidades brasileiras manteve durante quase 30 anos um currículo criado em 1969, o que tornou precária a formação dos contadores brasileiros e dificultou sua atualização.
Agora que a profissão vem ganhando complexidade em ritmo bastante veloz, a busca de aprimoramento tem provocado o surgimento de cursos particulares e MBAs na área.
A nova teoria neopatrimonialista, criada pelo brasileiro Antônio Lopes de Sá, exige conhecimento cada vez mais amplo de áreas como sociologia, economia, política e informática.
A teoria de Lopes de Sá tornou-se uma referência tão forte na contabilidade européia e sul-americana que vários cursos de mestrado da Espanha e de Portugal orientam-se por essa corrente de pensamento neopatrimonialista.
No Brasil, apesar de a maioria dos cursos de pós-graduação se concentrar no eixo Rio-São Paulo-Brasília, o mestrado que se tornou referência nacional, por abrigar tanto professores da corrente neopatrimonialista quanto defensores dos princípios contábeis norte-americanos, é o da Fundação Visconde de Cairu, em Salvador. Os cursos da Universidade de São Paulo (USP) e da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) também são bastante procurados e