Resenha cap
As imagens comuns que vêm à cabeça das pessoas quando se falam em ciência ou cientista, são utilizadas pela televisão porque eles sabem que elas são eficientes para desencadear decisões e comportamentos. O cientista virou um mito, e todo mito é perigoso, porque ele induz o comportamento e inibe o pensamento. Se existe uma classe especializada em pensar de maneira correta, os outros indivíduos são liberados da obrigação de pensar e podem simplesmente fazer o que os cientistas mandam. Antes de mais nada é necessário acabar com o mito de que o cientista é uma pessoa que pensa melhor do que as outras.
A ciência é uma especialização, um refinamento de potenciais comuns a todos. Quem usa um telescópio ou um microscópio vê coisas que não poderiam ser vistas a olho nu. Mas eles nada mais são que extensões do olho. São melhoramentos na capacidade de ver, comum a quase todas as pessoas. A ciência não é um órgão novo de conhecimento, é a hipertrofia de capacidades que todos têm. Isto pode ser bom, mas pode ser muito perigoso. Quanto maior a visão em profundidade, menor a visão em extensão. A tendência da especialização é conhecer cada vez mais de cada vez menos.
A aprendizagem da ciência é um processo de desenvolvimento progressivo do senso comum. A aprendizagem consiste na manutenção e modificação de capacidades ou habilidades já possuídas pelo aprendiz.
Dizer que o senso comum é aquilo que não é ciência e isto inclui todas as receitas para o dia-a-dia, bem como os ideais e esperanças que a constituem. E a ciência é apenas uma especialização de certos órgãos e um controle disciplinado do seu uso.
O senso comum e a ciência são expressões da mesma necessidade básica, a necessidade de compreender o mundo, a fim de viver melhor e sobreviver.