Senso comum
O que é que as pessoas comuns pensam quando as palavras ciência ou - cientistas são mencionados? Faça você mesmo um exercício. Feche os olhos e veja que imagens vêm à sua mente. * As imagens mais comuns são as seguintes:
O gênio louco, que inventa coisas fantásticas;
O tipo excêntrico, excêntrico, fora do centro, manso, distraído;
O indivíduo que pensa o tempo todo sobre fórmulas incompreensíveis ao comum dos mortais;
Alguém que fala com autoridade, que sabe sobre o que está falando, a quem os outros devem ouvir e ... obedecer.
Veja as imagens da ciência e do cientista que aparecem na televisão. Os agentes de propaganda não são bobos. Se eles usam tais imagens é porque eles sabem que elas são eficientes para desencadear decisões e comportamentos.
O cientista virou um mito. E todo mito é perigoso, porque ele induz o comportamento e inibe o pensamento. Este é um dos resultados engraçados (e trágicos) da ciência. Se existe uma classe especializada em pensar de maneira correta (os cientistas), os outros indivíduos são liberados da obrigação de pensar e podem simplesmente fazer o que os cientistas mandam. (...) Antes de mais nada é necessário acabar com o mito de que o cientista é uma pessoa que pensa melhor do que as outras. O fato de uma pessoa ser muito boa para jogar xadrez não significa que ela seja mais inteligente do que os nãos jogadores.
Você pode ser um especialista em resolver quebra-cabeças. Isto não o torna mais capacitado na arte de pensar. (...) A especialização pode transformar-se numa perigosa fraqueza. Um animal que só desenvolvesse e especializasse os olhos se tornaria um gênio no mundo das cores e das formas, mas se tornaria incapaz de perceber o mundo dos sons e dos odores. E isto pode ser fatal para a sobrevivência. (...) O que eu desejo que você entenda é o seguinte: a ciência é uma especialização, um refinamento de potenciais comuns a todos. Quem usa um telescópio ou um microscópio vê coisas que não