Especialista
A sociedade, até meados do século XIX, sempre acreditou que todos os seres humanos possuíam o mesmo processo de desenvolvimento sexual e que toda manifestação do fenômeno sexual só ocorria a partir da fase adolescente, caracterizada pela curiosidade e também pelo inicio das vivências.
Entendiam, dessa forma, que tudo relacionado a sexo deveria ser discutido e tratado somente com os pertencentes àquela faixa etária e enfocada dentro de padrões comportamentais de certo, errado, pode, não pode. O sexo, e toda sua manifestação, é visto como algo sujo, nojento, pecaminoso, desprazeroso e passível de punição.
A partir do século XIX, com as pesquisas do renomado psiquiatra Sigmund Freud a respeito do desenvolvimento psicossexual do ser humano, quando legou para a humanidade os estudos sobre áreas de centralização da libido ou áreas de prazer, a sociedade passa a ter condições cientificas de saber que as manifestações do fenômeno sexual acontecem a partir do nascimento da criança e se desenvolve de acordo com sua faixa etária. Ter conhecimento não necessariamente implica mudança de postura.
Em pleno século XXI nossas crianças são ainda tratadas como seres assexuados e aquelas que manifestam, mesmo de maneira natural, comportamentos ou curiosidades relacionadas a sexo é imediatamente taxada de possuir sexualidade aflorada e às vezes os pais são orientados a buscar ajuda psicológica.
Convivemos com a repressão e o sexismo. O medo, o preconceito, os tabus originários de uma sociedade conservadora e tradicionalista imperam de modo inconsciente na maneira de tratarmos o assunto. Chamamos esse fenômeno de deseducação sexual.
A dessexualização infanto-juvenil produz, enfim, um fenômeno marginal, porém importante para uma sociedade conservadora: a docilidade e a maleabilidade dos educandos. Aqueles que deveriam ou poderiam tratar da temática mais abertamente, seja o líder religioso, os familiares ou mesmo o educador abordam a temática