ESPECIALISTA
Relação família-paciente no transtorno obsessivo-compulsivo
Maria Luisa Guedes
Departamento de Psiquiatria da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp/EPM) e Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. São Paulo, SP,
Brasil
Abstract
This article is based on the notion that obsessive–compulsive behaviors are perpetuated by negative reinforcement.
The assessment of such contingencies inevitably leads to the examination of family’s interactions, crucial for establishing the severity and prognosis of the disorder . The notion of family accommodation is analyzed as reinforcement contingencies that act upon family members and patients. Family members, often desperate and unaware of behavior practices provide inconsistent and intermittent consequences for the patient’s behaviors. As a result, abnormal behaviors worsen, get chronic, and there’s a general deterioration of the quality of life. It is suggested that, as a part of the routine, the clinician should evaluate systematically and carefully the family’s interactions in order to plan and assess effectively his/her therapeutic interventions.
Keywords
Obsessive-compulsive disorder. Family.
Introdução
Embora muitos estudos têm avaliado e proposto a inclusão de familiares no tratamento de pessoas com comportamentos obsessivo-compulsivos,1-5 poucos analisam os processos de interação familiar como responsáveis pelo desenvolvimento e pela gravidade de tais comportamentos.
O objetivo deste artigo é analisar relações familiares como mantenedoras e produtoras do transtorno obsessivocompulsivo (TOC).
A análise apresentada baseia-se no estudo de Calvocoressi et al,6 que, partindo da suposição de que a investigação sobre as interações entre família e paciente é fundamental em função das conseqüências para os paciente e a família, desenvolveram uma Escala de Acomodação Familiar. Os autores definiram
“acomodação” como a participação da família