Escuta e reflexões sobre raciocínio desestruturado e amor
A primeira questão a ser respondida é: o que é estrutura? Deverá ser o que é lógico? Se olharmos pelas lentes da Lógica Formal, onde 2+2 é sempre igual a 4, podemos dizer que há uma estrutura. Mas o que acontece quando o partilhante nos diz que “laranja” + ”bola” é igual a “carro”?
Do professor, que aborda a lógica da diferença, pude extrair uma pérola filosófica trazida por um de seus partilhantes da clínica psiquiátrica, cujo tópico raciocínio é tido como desestruturado. Segue-se então:
O mundo lá fora é pequeno demais para mim!”
O que é isso senão uma demonstração clara do que é a Lógica da singularidade ou Lógica Modal? Poderia uma pessoa que soma “laranja” com “bola” resultando “carro” caber neste mundo lógico e formal? Seguido a esse primeiro momento de reflexão, o próximo passo é saber como entender esta lógica ilógica.
Parece ser necessária na clínica uma nova ética, a da alteridade e do amor, que em sua reflexão teria sido inaugurada pela Filosofia Clínica.
Mas que amor é este? A clínica não seria possível por outras motivações? Sim. O amor aqui abordado não é o do tópico emoções, não é sentimento. Ele pode ser isso como também outras coisas. Este amor significa aquilo que interliga um ser ao outro.
Então o mais importante é a ligação, o contato, a interseção, que pode ser feita por meio do amor sentimento ou também por outras coisas. Ora, então como acontece isso na prática?
Um partilhante da clínica psiquiátrica sempre nos contava a mesma história. Contar histórias é tópico submodal seu, a Esteticidade, por meio do qual se fazia entender a ele mesmo. Basicamente ele contava assim:
“Eu estava na roça, peguei um carro por uma estrada cheia de curvas. O carro derrapou e caiu em um lago. Aí eu afundei e fiquei lá no fundo, morto.”