Escritores da Liberdade
Los Angeles, EUA, por volta dos anos 90. Os bairros mais pobres da cidade enfrentam uma guerra, envolvendo diferentes gangues movidas por conflitos sociais, onde seus integrantes são “soldados”, não das guerras, mas das ruas. Muitos destes jovens “soldados” já estiveram no reformatório, outros estão em liberdade assistida, e uma das condições para permanecer em liberdade é a de frequentar a escola.
Após a criação de uma lei que cria o Programa de Integração Racial e Social, a Escola Secundária Woodrow Wilson enfrenta o desafio de educar um grupo de jovens em tais situações de conflitos, que são aceitos compulsoriamente na escola.
Latinos, orientais, negros. Integrantes de gangues diferentes e rivais, estes são os alunos que a inexperiente professora Erin Gruwell encontra na Sala 203.
Mais do que a rebeldia dos alunos, a professora vai enfrentar uma gestão autoritária (“Eu, – a Supervisora – e o diretor temos autoridade para decidir”), a resistência dos colegas (“Você não pode fazer alguém querer receber educação”) e a indiferença da sociedade (“ É só um emprego, se não der certo, arranja outro”).
A professora se prepara para seu primeiro dia de aula. Escolhe com cuidado a roupa que vai vestir, preocupada em, de fato, parecer uma professora. Mas os alunos não parecem interessados em estudar, não reconhecem a importância da escola, porque acreditam que a escola nada pode fazer para mudar suas vidas.
Aos poucos, a Sra. G. consegue o respeito dos alunos e desperta seus olhares para outros horizontes. Até então sem perspectivas de vida (“Não sei se vou chegar aos 18...”), ela consegue que os jovens desviem o olhar de si mesmo e vejam o outro. Que percebam que, apesar de diferentes entre si, de origens e etnias diferentes, possuem os mesmos conflitos, os mesmos problemas e angústias.
Encontramos aqui diversos elementos que permeiam as relações sociais: desigualdade social, desestrutura familiar, desagregação