Escravidão e Liberalismo
Para se começar tal análise deve-se ter em mente o conceito básico de liberalismo: ” é a política que tem como fundamento a defesa da liberdade individual nos campos econômico, político, religioso e intelectual, da não agressão, do direito de propriedade privada e da supremacia do indivíduo contra as ingerências e atitudes coercitivas do poder estatal.”
O liberalismo começou a se fortalecer em meados do século XIX na França, mas mesmo um pouco antes já estava evoluindo por toda a Europa e atravessando o continente para influenciar nas colônias escravistas brasileiras. É importante frisar que esta análise está sendo feita tomando como base o ano em que a família real portuguesa desembarcou, por motivos já conhecidos, em sua colônia, ou seja, em 1808. Nesse período, deve-se lembrar de que a situação dos escravos foi se modificando intensamente, ora para melhor ora para pior, e será em cima dessa linha não muito tênue que devemos observar o quanto a escravidão significou para o liberalismo.
Tomando como base a definição apresentada de liberalismo e fazendo um paralelo com o período escravista no Brasil, não se pode afirmar que a escravidão foi uma limitação à vigência do liberalismo, ou que não foi. Pode-se sim, ficar atento para a percepção de que em um certo momento a escravidão não significou absolutamente nada que pudesse atrapalhar a fluência do liberalismo e em outro momento significou algo não que atrapalhasse o liberalismo, mas que caminhava junto.
Com base, também, nos textos estudados em sala, pode-se afirmar que a partir de 1808 a escravidão no Brasil intensificou-se de maneira significativa. Houve uma maior demanda de escravos por conta das lavouras de café que se expandiam largamente no Brasil, e, como consequência, um aumento ( muitas vezes relatado) do número de escravos. Tal aumento deveu-se a prática, muito lucrativa, do tráfico negreiro.
Os negros trazidos da